sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Igreja, Por quê?

Já se vão cerca de 1.980 anos de existência da Igreja no mundo, dos quais 1.971 anos sem a existência da Igreja que pastoreio atualmente, a Betânia de São Leopoldo. Escrevi originalmente esse artigo para o boletim informativo da Igreja que pertencia antes e resolvi postar essas reflexões. Minha Igreja precisa ser relevante, assim como cada Igreja que existe hoje, e fazer a diferença na sociedade hoje.
O propósito da Igreja de existir é salvar as almas das pessoas, proporcionando treinamento e cuidado para os crentes, para que crentes saudáveis possam produzir outros crentes e assim cumprir a missão da Igreja. Como já escrevi anteriormente, o único propósito que temos de viver na terra é para levarmos a palavra para quem ainda não tem. Porque caso contrário já teríamos sido retirados da terra. Assim, podemos começar a pensar estamos cumprindo nossa missão?
Passamos por um momento de profunda crise na Igreja Evangélica no Brasil, podemos observar isso com a reportagem de capa da revista Época da semana passada sobre a nova reforma protestante. Lendo a reportagem fiquei triste porque apenas demonstrou o esfacelamento da igreja. Vivemos um tempo em que a maior parte da igreja evangélica está vivendo para satisfazer as necessidades carnais humanas.
De um lado temos igrejas, como a Universal e adjacentes, que pregam que Jesus quer fazer você prosperar financeiramente. Crente vencedor é crente rico. Outras igrejas pregam que Jesus quer curar você e promovem um Show da Fé para isso, ou demonstrações de hipnotismo coletivo e manipulações das pessoas em busca disso. Crente vencedor é crente saudável. Temos ainda um movimento mais forte que está sendo conduzido pelo Silas Malafaia que é o da auto-ajuda. Essas igrejas buscam melhorar a vida das pessoas através de palavras de sabedoria extraídas da Bíblia, no melhor estilo Seicho-No-Iê, promovendo a busca pela felicidade humana, o EU sendo exaltado, e o verdadeiro evangelho sendo deixado de lado. Há ainda as igrejas que promovem shows “gospel” de “adoração” gastando (e ganhando) rios de dinheiro para entreter os evangélicos que ficam tristes porque não podem mais ir a shows de música secular (acho pior a igreja proibir e fazer isso).
Algumas pessoas pensadoras da Igreja moderna, vendo esses absurdos cometidos por líderes e igrejas evangélicas procuram de alguma forma a reforma da igreja evangélica, porém agindo de maneira descoordenada, cada um a sua maneira vão criando novos modelos de igrejas, afirmando que esse sim é o que Jesus queria.
Quando leio o evangelho, observo que Jesus queria uma Igreja que amasse como Ele amava. Simples e complexo ao mesmo tempo. Simples porque toda a Bíblia foi resumida no Amor. Complexo porque não é um amor humano, que temos contato com ele naturalmente, mas um Amor que vem de Deus e sem ele, não podemos agir da maneira como Jesus deseja.
Fazendo um pequeno e simples resumo desse Amor, vejo que ele se subdivide em duas partes. A primeira é amar a Deus sobre todas as coisas. A segunda é amar o outro como Cristo me amou. Jesus me amou a ponto de abrir mão de toda sua riqueza, saúde, bem-estar, Poder, Divindade, para viver uma vida difícil, cheio de privações, tentações, desilusões, frustrações e uma morte terrível, simplesmente porque me amava e sabia que esse era o único modo de me salvar.
Então se eu quero viver uma igreja no modelo de Jesus, eu tenho que Amar e demonstrar esse Amor na prática, salvando almas e discipulando as almas salvas. Infelizmente a mensagem que muitas vezes é pregada não é suficiente para salvar. Pregamos que “Jesus te ama e quer te curar”. “Jesus te ama e tem solução para esse seu problema”. Mas esquecemos de apresentar o velho plano de salvação que diz que “Jesus te ama, mas você está indo pro inferno, então se não se arrepender dos seus pecados, buscar o perdão de Deus e passar a ter uma vida COMPLETAMENTE dedicada a Deus e suas decisões forem favoráveis a Ele e Seu Reino, mesmo que você agora viva doente e pobre, você não poderá experimentar esse Amor”.
Isso é o papel da Igreja. Chega de inventar novos modelos de organização de igreja, ou novos moveres, ou novas unções (a única que conheço é-nos apresentada em I João sendo aquela unção que faz com que eu entenda a bíblia, para vivê-la). Chega dessas falsidades imorais e mentiras sustentadas para se dar uma idéia de espiritualidade.
A Igreja só fará diferença, só será relevante, se estiver pregando o evangelho para os de fora e propiciando um ambiente saudável de Fé genuína e oportunidades para cada crente viver uma vida completamente devotada a Deus. Paulo teve pouco mais de 20 anos de ministério ativo, mas “transtornou o mundo”. A Igreja Católica tem cerca de 1.900 anos de existência, e colocando na balança suas atitudes, deixou a desejar. Temos que viver um tempo aproveitável em cada dia, para termos motivo de comemorar cada ano de existência da Igreja Betânia como “anos aceitáveis ao SENHOR”.
Voltemos ao Evangelho

Pr. Matheus Abrahão

4 comentários:

  1. Assunto urgente! Muito boa sua abordagem, bem pertinente para os dias atuais. Voltemos a velha e boa notícia: O evangelho.

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  2. Como você disse, mesmo não concordando com tudo apreciei a essência do conteúdo e também estou neste rumo: Voltar ao evangelho puro e simples!
    Um Abraço
    Nadir E. Heinrich

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  3. Caro Matheus,
    Primeiramente quero lhe dar os Parabéns pelo bom trabalho que você tem feito por ai.
    Minha vida mudou muito de uns tempos pra cá, você pode não acreditar mas o poder de Deus tocou meu coração, estou meu tornando um novo homem em Cristo.
    Quero que saiba que os bons momentos que passamos juntos na VK nunca serão esquecidos.
    Um grande abraço.

    Osmar

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  4. Assunto muito bom e super importante !!!
    que possamos passar adiante isso !!
    o velho e principal evangelho !!

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